VARIAÇÕES NA ESCRITA E SEUS ASPECTOS TÉCNICOS

Fernando Vaz Guimarães Abrahão
Perito em grafoscópica e Documentoscópica

A escrita, bem como as diversas formas de assinar que um indivíduo exercita ao longo de sua vida podem apresentar similaridade e variação intrapessoal. Fatores ligados a Idade, Saúde, Grau de instrução, estado emocional,  entre outros fatores, podem corrobortar na evolução ou involução da forma de escrever ou assinar de um individuo. Portanto, tais variações decorrem da instabilidade existente entre a forma de escrever de um mesmo punho e, ainda, fatores como a variação e/ou semelhança entre escritas de autores diferentes.

Neste contexto, podemos dividir as assinaturas em dois tipos específicos, uma desta é a Assinatura Cursivas, ou seja, aquela em que o ato de assinar evolui manuscrevendo-se o nome, apresenta aspectos ligados à escrita do indivíduo, tem natureza comportamental, podendo variar sua forma por causas normais, artificiais e ocasionais. As principais formas de variação são aquelas que acompanham o próprio desenvolvimento humano, podendo ter relação direta com a condição social, hábitos, tempo, condições físicas ou mentais, idade cronológica, entre outras.

A Escrita Cursiva (Letra de Mão), também pode ser caracterizada pelas diferentes formas em relação à escrita impressa e a Escrita em Forma (Letra de Forma) que possui traços geométricos equivalendo-se a fôrma impressa ou letras do tipo bastão.

Desta forma, o ato de manuscrever o nome – assinar, apesar de apresentar certa estabilidade, não é um processo preciso, pois representam casos particulares de manuscritos, não sendo perfeitamente conformes, ou seja, não têm dados e aspectos idênticos, por isso, quando 2 (duas) assinaturas são exatamente iguais, provavelmente, uma delas é uma cópia ou falsificação.

De outro lado, tem-se a Assinatura do tipo Rubricada, Abreviada, Abstrata, ou também chamada de “Não Legível”, caracterizada por apresentar peculiaridades especiais, distorcidas, ou ainda, uma representação simbólica, tais como desenhos estilizados, formas geométricas e etc. Nesse caso, a análise não contextual é extremamente necessária, pois não existe a interpretação de texto durante a verificação grafológica. Segundo [SABOURIN & GENEST, 1994], tal expressão representa mais um fator de complexidade, inspirando, assim, mais cautela e perícia no processo de análise do documento assinado.

As Assinaturas Não Legíveis podem, também, ser chamadas de Rubricadas e são caracterizadas por símbolos gráficos indefinidos – não apresentam representatividade gráfica junto aos sinais aplicados para o lançamento do grafismo. Podem, ainda, apresentar traços enlaçados e acrescentados à escrita ou traços e/ou sinais que imitam a abreviatura.

Habitualmente apresentam adornos, ornamentos, cetras ou linhas de impulso. Apesar dos gramas não possuírem representatividade gráfica, permitem a análise das características voltadas ao grafocinetismo.

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